12 abril 2011
Uma dose de teatro para quem não separa lixo
A Ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE) e o grupo de teatro Garagem atuam na educação ambiental dos visitantes e expositores da maior feira agropecuária da América Latina, a ExpoLondrina 2011. Nos 11 dias, são esperados 480 mil visitantes – e entender para intervir nas rotinas de geração de resíduos desta “cidade” temporária é um dos desafios colocados pela diretoria da Sociedade Rural do Paraná (SRP) à Ong MAE.
O trabalho de avaliação e levantamento dos resíduos gerados pela Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina tem o reforço de atores de teatro que, à tarde e à noite, interagem com o público em todos os setores do recinto. A intervenção com o público e expositores objetiva, no ano que vem, tornar a feira um modelo de gerenciamento de resíduos – e são muitas as ações necessárias.
De início, a Ong MAE orientou a SRP a dispor 400 pares de lixeiras com separação de materiais recicláveis, orgânicos e rejeitos. A Coopersil foi contratada para manejar materiais recicláveis - principalmente milhares de latinhas de suco, refrigerante e cerveja esvaziadas pelos consumidores. Como a feira já se destaca pela limpeza das ruas internas do Parque Ney Braga, agora a tarefa se volta para o gerenciamento de resíduos.
Cozinheiros, garçons e atendentes também são orientados por monitores da Ong MAE a dar os primeiros passos para tratar melhor o lixo da feira e, com isso, reduzir os impactos ambientais da geração de resíduos. É a primeira vez que a maioria dos expositores tem contato com noções básicas de separação de resíduos.
“Neste contexto, o teatro tem um papel fundamental: sensibilizar os visitantes e o expositor da feira”, afirma Eduardo Panachão, presidente da Ong MAE. “Foi uma das maneiras que encontramos para chamar a atenção para o grave problema que é a geração de lixo sem controle na cidade”, diz o ambientalista.
Os atores do grupo Garagem percorrem ruas e corredores e, de surpresa, encenam as apresentações. Uma delas é uma “flashmob”, atividade rápida com o uso de resíduos e que promete surpreender os visitantes. Além da flashmob, há duas mini-peças. Numa, um caipira acaba por “endireitar” a madame que mostra preocupação com o futuro do ambiente no planeta, mas comete erros grosseiros com os próprios resíduos. A outra peça mostra como animais do meio rural sentem os impactos negativos do mau gerenciamento do lixo produzido por humanos. As peças focam no público adulto – considerado como o mais difícil na hora de abandonar maus hábitos.
“O teatro é uma ferramenta educativa eficiente e prazerosa no momento de mudança de atitude do cidadão quanto à saúde das cidades e do meio ambiente”, avalia Fábio Cavazotti, jornalista e diretor da Tangará Comunicação - empresa especializada em Comunicação e Educação Ambiental e responsável pelo trabalho teatral. “Situações práticas mostram à população como a questão ambiental está inserida no seu dia a dia”, acrescenta. “A interatividade com os visitantes permite alertá-los a observar corretamente como separar resíduos, cuidar melhor dos recursos naturais e desenvolver uma visão mais integrada com o espaço ao redor de cada um, inclusive dentro da feira e na hora da diversão.”
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